O CID M54.5 é o código da dor lombar baixa, uma das condições mais comuns de dores musculoesqueléticas. A dor lombar, também conhecida como lombalgia, afeta a região inferior das costas e pode variar de leve a intensa, interferindo na capacidade de movimentação, trabalho e atividades diárias. Dependendo da gravidade da dor, a lombalgia pode ser temporária ou evoluir para uma condição crônica, necessitando de tratamento médico prolongado.

Muitas pessoas sofrem com lombalgia, seja devido a fatores como má postura, lesões ou mesmo o envelhecimento. Em casos mais graves, a dor lombar pode incapacitar o indivíduo para o trabalho, o que leva muitos pacientes a buscarem benefícios previdenciários, como o auxílio doença ou até mesmo a aposentadoria por invalidez, quando a condição compromete significativamente a capacidade laboral.

Este artigo explora o que é a dor lombar baixa, suas causas e sintomas, como o CID M54.5 é utilizado nos diagnósticos médicos e como os pacientes podem acessar seus direitos previdenciários junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O que é dor lombar baixa (CID M54.5)?

A dor lombar baixa, classificada pelo CID M54.5, é uma condição que afeta a região inferior da coluna vertebral. Essa dor pode surgir de forma súbita ou se desenvolver gradualmente, sendo causada por uma variedade de fatores, incluindo esforço físico excessivo, traumas, má postura, ou degeneração dos discos intervertebrais. Em muitos casos, a dor lombar é de natureza mecânica, ou seja, está relacionada ao uso inadequado dos músculos e estruturas da coluna.

A lombalgia pode ser classificada como aguda (quando dura menos de seis semanas), subaguda (entre seis semanas e três meses) ou crônica (mais de três meses). Em todos os casos, a dor pode impactar a capacidade de realizar atividades simples, como caminhar, sentar ou se levantar, além de interferir no desempenho profissional.

Causas da dor lombar baixa

A dor lombar baixa pode ter várias causas, incluindo:

  • Má postura: a postura inadequada ao sentar, ficar de pé ou carregar objetos pesados é uma das principais causas de lombalgia.
  • Esforço físico excessivo: levantar objetos pesados de maneira incorreta ou realizar movimentos repetitivos pode causar lesões na região lombar.
  • Lesões ou traumas: quedas, acidentes ou impactos podem resultar em dores lombares.
  • Degeneração dos discos intervertebrais: com o envelhecimento, os discos da coluna podem se desgastar, resultando em condições como hérnia de disco, que pode causar dores intensas na região lombar.
  • Artrite ou osteoartrite: essas condições podem afetar as articulações da coluna, causando dor e rigidez na região lombar.
  • Fatores psicológicos: o estresse emocional e a depressão também podem contribuir para a dor lombar, uma vez que tensões emocionais podem gerar desconforto físico.

Sintomas da dor lombar baixa

Os sintomas da lombalgia variam em intensidade e duração, podendo incluir:

  • Dor localizada: a dor se concentra na região lombar, logo acima dos quadris.
  • Dor irradiada: em alguns casos, a dor pode se espalhar para os glúteos, pernas ou até pés, especialmente se houver compressão de nervos.
  • Rigidez muscular: a lombalgia pode causar rigidez nos músculos das costas, dificultando a movimentação.
  • Dificuldade para movimentar-se: atividades simples, como se levantar de uma cadeira ou caminhar, podem ser extremamente dolorosas.
  • Formigamento ou fraqueza: em casos de compressão nervosa, o paciente pode sentir formigamento ou fraqueza nas pernas.

Se a dor for persistente ou incapacitante, é importante procurar ajuda médica para um diagnóstico e tratamento adequados.

Cid M54.5 e a relação com o INSS

O CID M54.5, que classifica a dor lombar baixa, é frequentemente utilizado em laudos médicos para justificar o afastamento de trabalhadores que estão temporariamente incapacitados devido à lombalgia. A condição pode impossibilitar o paciente de realizar atividades laborais, especialmente quando a dor é intensa e afeta a mobilidade. Dependendo da gravidade da condição e da resposta ao tratamento, pacientes com lombalgia podem ter direito a benefícios previdenciários, como o auxílio doença ou, em casos mais graves, a aposentadoria por invalidez.

O INSS reconhece a lombalgia como uma condição que pode comprometer a capacidade laboral do segurado, sendo comum a solicitação de afastamento em períodos de crises mais agudas de dor.

Auxílio doença para portadores de dor lombar baixa (CID M54.5)

O auxílio doença é um benefício concedido pelo INSS aos segurados que estão temporariamente incapacitados de trabalhar devido a uma doença ou lesão. Pacientes diagnosticados com dor lombar baixa (CID M54.5) podem solicitar o auxílio doença se a condição impossibilitar o desempenho de suas funções profissionais.

A lombalgia pode ser especialmente prejudicial em profissões que exigem esforço físico, postura prolongada ou movimentos repetitivos, como carregadores, trabalhadores da construção civil, motoristas, entre outros. Nestes casos, o auxílio doença é essencial para garantir que o trabalhador possa se recuperar adequadamente antes de retornar ao trabalho.

Quem tem direito ao auxílio doença por dor lombar baixa?

Para ter direito ao auxílio doença, o segurado deve:

  • Estar incapacitado para o trabalho por mais de 15 dias consecutivos devido à dor lombar;
  • Ter contribuído ao INSS por pelo menos 12 meses (período de carência), exceto em casos graves onde essa carência pode ser dispensada;
  • Apresentar laudos médicos que comprovem o diagnóstico de dor lombar baixa e a incapacidade temporária para o trabalho.

O auxílio doença é um benefício temporário, e o trabalhador poderá retornar às suas atividades após a recuperação ou tratamento adequado. Caso a incapacidade persista, o INSS poderá prorrogar o benefício após nova perícia médica.

Como é calculado o valor do auxílio doença?

O valor do auxílio doença é calculado com base na média das contribuições feitas ao INSS. Após a Reforma da Previdência, o benefício corresponde a 91% da média de todas as contribuições. O auxílio é pago enquanto durar a incapacidade do segurado, sendo necessário passar por novas perícias médicas para avaliação da continuidade ou alta do benefício.

Aposentadoria por invalidez para portadores de dor lombar baixa

Em casos mais graves de dor lombar baixa, onde o paciente não consegue recuperar a capacidade de trabalho, mesmo após tratamento ou cirurgia, é possível solicitar a aposentadoria por invalidez. Esse benefício é concedido aos segurados que estão permanentemente incapacitados para o trabalho e que não podem ser reabilitados para outra função.

Embora a dor lombar baixa seja uma condição tratável em muitos casos, algumas pessoas desenvolvem complicações graves, como hérnia de disco crônica, que pode resultar em incapacitação permanente.

Quem tem direito à aposentadoria por invalidez por dor lombar baixa?

Para ter direito à aposentadoria por invalidez, o segurado deve:

  • Estar permanentemente incapacitado para o trabalho devido à dor lombar;
  • Ter cumprido o período de carência de 12 meses de contribuições;
  • Apresentar laudos médicos e exames que comprovem a incapacidade total e permanente para o trabalho.

Se o perito do INSS constatar que a dor lombar incapacita o paciente de forma permanente, a aposentadoria por invalidez será concedida.

Qual o valor da aposentadoria por invalidez?

O valor da aposentadoria por invalidez é de 100% da média de todas as contribuições realizadas pelo segurado ao INSS. Se o paciente necessitar de assistência permanente de outra pessoa para realizar atividades diárias, é possível solicitar um adicional de 25% sobre o valor da aposentadoria.

Benefício de prestação continuada (BPC/LOAS) para portadores de dor lombar baixa

O Benefício de Prestação Continuada (BPC), garantido pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), assegura o pagamento de um salário mínimo mensal para pessoas com deficiência ou idosos com mais de 65 anos que não possuem condições de se sustentar. Pacientes com dor lombar baixa que estão incapacitados para o trabalho e que não têm contribuições suficientes para se aposentar podem ter direito ao BPC.

Quem tem direito ao BPC/LOAS por dor lombar baixa?

Para ter direito ao BPC, é necessário:

  • Comprovar a incapacidade para o trabalho causada pela dor lombar;
  • Ter uma renda familiar per capita inferior a 1/4 do salário mínimo;
  • Passar por avaliação médica e social realizada pelo INSS, que verificará tanto o grau de incapacidade quanto as condições econômicas da família.

Como solicitar os benefícios do INSS por dor lombar baixa

O processo para solicitar benefícios como o auxílio doença, aposentadoria por invalidez ou BPC/LOAS envolve as seguintes etapas:

  • Agendar uma perícia médica pelo site ou aplicativo Meu INSS;
  • Reunir toda a documentação médica necessária, como laudos, exames de imagem e relatórios que comprovem a gravidade da dor lombar baixa;
  • Comparecer à perícia médica, onde o médico do INSS avaliará o quadro clínico e a capacidade de trabalho do segurado.

A qualidade dos laudos médicos é essencial para garantir que o benefício seja concedido. O laudo deve descrever com precisão a gravidade da lombalgia, os sintomas do paciente e as limitações que a condição impõe à sua capacidade de trabalho.

O que fazer se o benefício for negado?

Se o pedido de benefício for negado pelo INSS, o segurado pode:

  • Entrar com recurso administrativo, apresentando novos documentos que comprovem a gravidade da lombalgia;
  • Buscar orientação jurídica para recorrer judicialmente, caso o INSS não tenha considerado adequadamente as evidências apresentadas.

Considerações finais

A dor lombar baixa, classificada no CID M54.5, é uma condição que pode causar desde desconforto leve até incapacitação grave, dependendo da sua intensidade e duração. Em muitos casos, a dor lombar afeta diretamente a capacidade de trabalho, justificando a concessão de benefícios previdenciários como auxílio doença, aposentadoria por invalidez ou BPC/LOAS.

Conhecer os direitos e os procedimentos para solicitar esses benefícios é essencial para garantir o suporte necessário durante o tratamento da lombalgia e, em casos mais graves, assegurar uma aposentadoria justa para os portadores dessa condição.