No sistema jurídico brasileiro, os benefícios previdenciários são essenciais para trabalhadores que enfrentam limitações físicas causadas por acidentes de trabalho, doenças ou lesões. Quando um trabalhador é submetido a uma cirurgia que requer o uso de placas e pinos de fixação, surgem diversas dúvidas sobre o direito a benefícios como o auxílio-doença ou a aposentadoria por invalidez. Este artigo explora os aspectos legais relativos aos direitos dos trabalhadores que necessitam desses dispositivos médicos, os benefícios disponíveis e como garantir o acesso a esses direitos.

O que são placas e pinos de fixação?

Placas e pinos de fixação são dispositivos ortopédicos frequentemente usados em cirurgias para estabilizar fraturas ósseas. Esses dispositivos são fundamentais em situações de fraturas complexas, como fraturas expostas, múltiplas ou em áreas do corpo de difícil acesso, como a coluna vertebral ou os membros. Eles têm como função principal manter os ossos alinhados durante o processo de cicatrização, proporcionando estabilidade enquanto o corpo se recupera.

Quando a utilização de placas e pinos de fixação é necessária, pode ser um indicativo de um acidente de trabalho ou de uma condição de saúde que resulta em limitações físicas. Nesses casos, é fundamental entender os direitos previdenciários do trabalhador para que ele tenha acesso aos benefícios apropriados.

Direitos do trabalhador com placas e pinos de fixação

Após um acidente de trabalho que requer o uso de placas e pinos de fixação, o trabalhador pode ter direito a vários benefícios previdenciários. O mais comum é o auxílio-doença acidentário (B91), que é concedido quando um trabalhador fica temporariamente incapaz de realizar suas atividades profissionais devido a um acidente de trabalho. Para ter acesso a esse benefício, é necessário comprovar que o acidente de trabalho de fato ocorreu e que ele resultou na necessidade de cirurgia.

Caso a incapacidade seja permanente e irreversível, o trabalhador pode se qualificar para a aposentadoria por invalidez. A concessão de qualquer benefício depende de avaliação médica e da comprovação de que a condição causada pela fratura impossibilita o trabalhador de retornar ao mercado de trabalho.

Como solicitar os benefícios previdenciários?

Para solicitar benefícios previdenciários após um acidente que exija o uso de placas e pinos de fixação, o trabalhador deve seguir algumas etapas importantes:

Registro do acidente

A primeira medida essencial é garantir que o acidente tenha sido formalmente registrado. Isso é feito por meio da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), um documento necessário para solicitar qualquer benefício de acidente de trabalho. Esse documento deve ser preenchido pelo empregador ou, no caso de trabalhadores autônomos, pelo próprio trabalhador, e enviado ao INSS.

Perícia médica

Após o registro do acidente, o trabalhador deve passar por uma perícia médica do INSS, onde será avaliado o impacto da fratura e a necessidade de uso de placas e pinos de fixação. O médico do INSS irá analisar a gravidade da lesão e determinar se a incapacidade do trabalhador é temporária ou permanente. Dependendo do caso, o benefício solicitado será o auxílio-doença acidentário ou a aposentadoria por invalidez, caso a incapacidade seja permanente.

Documentação necessária

O trabalhador deverá apresentar documentação médica detalhada que comprove o uso de placas e pinos de fixação. Isso inclui relatórios médicos, laudos de exames de imagem, como radiografias ou tomografias, e outros documentos que validem a ocorrência do acidente e a necessidade da cirurgia. Quanto mais detalhada e precisa for a documentação, maiores são as chances de o benefício ser concedido.

Tipos de benefícios disponíveis

Dependendo da gravidade da lesão e da recuperação do trabalhador, ele pode solicitar diferentes benefícios previdenciários, como:

Auxílio-doença acidentário

Esse benefício é concedido ao trabalhador que se encontra temporariamente incapaz de realizar suas atividades profissionais devido a um acidente de trabalho. O valor do benefício corresponde a uma média dos salários de contribuição, e ele é destinado a ajudar o trabalhador enquanto ele está afastado para recuperação.

Aposentadoria por invalidez

Se, após a recuperação da fratura, o trabalhador continuar incapaz de trabalhar, ele pode solicitar a aposentadoria por invalidez. Esse benefício é concedido quando o trabalhador não pode mais exercer qualquer atividade remunerada, seja devido a uma condição de saúde decorrente de acidente de trabalho ou doença. Para isso, ele deve comprovar por meio de perícia médica que a fratura e o uso de dispositivos médicos impediram seu retorno ao trabalho.

Reabilitação profissional

Nos casos em que o trabalhador não pode retomar sua função original devido à lesão, mas ainda tem capacidade para exercer outra atividade, ele pode ser encaminhado para reabilitação profissional. O INSS oferece programas para ajudar o trabalhador a se qualificar para novas funções, caso ele não consiga voltar ao seu cargo anterior devido a limitações causadas pela lesão.

Como garantir os direitos após a lesão?

A melhor forma de garantir que os direitos do trabalhador sejam respeitados é buscar assistência jurídica especializada. Um advogado com experiência em direito previdenciário pode orientar o trabalhador sobre como reunir a documentação necessária, como seguir os processos corretamente e como interpor recursos caso o benefício seja negado.

Além disso, o advogado pode ajudar a identificar falhas nas perícias médicas realizadas pelo INSS e fornecer provas que fortaleçam o caso do trabalhador, aumentando as chances de aprovação do benefício.

Conclusão

O uso de placas e pinos de fixação após um acidente de trabalho pode resultar em limitações graves que comprometem a capacidade do trabalhador de realizar suas atividades profissionais. Contudo, a legislação brasileira oferece diversos benefícios previdenciários, como o auxílio-doença acidentário, a aposentadoria por invalidez e a reabilitação profissional, para apoiar esses trabalhadores.

É essencial que os trabalhadores que se encontram nessa situação estejam bem informados sobre seus direitos e busquem a ajuda de um advogado especializado para garantir que o processo seja conduzido da melhor forma, assegurando o acesso aos benefícios a que têm direito e garantindo uma compensação financeira adequada durante o período de recuperação.