O Código Internacional de Doenças (CID) é um sistema amplamente utilizado para classificar doenças e condições de saúde. Cada número da CID refere-se a uma doença específica ou condição médica, e o CID M79.7 está relacionado ao diagnóstico de “doença não especificada dos tecidos moles”, um código que abrange uma série de doenças que afetam os músculos, ligamentos, tendões e outros tecidos moles do corpo. Embora o CID M79.7 seja uma classificação genérica, sua aplicabilidade à aposentadoria é uma questão importante para aqueles que sofrem de condições debilitantes associadas a essa categoria.

O direito à aposentadoria por invalidez é um tema jurídico relevante, especialmente para aqueles que não podem mais trabalhar devido a condições de saúde, como as que são classificadas sob o CID M79.7. Neste artigo, vamos explorar as possibilidades de aposentadoria para pessoas diagnosticadas com essa condição, abordando os aspectos jurídicos, requisitos e possibilidades de benefícios para aqueles que se encontram incapacitados de exercer atividades laborais.

O que é o CID M79.7?

O CID M79.7 corresponde à classificação de “doenças não especificadas dos tecidos moles”, uma categoria que engloba diversas condições que afetam músculos, tendões, ligamentos e outras estruturas do corpo humano. As doenças dos tecidos moles podem causar dores crônicas, dificuldades de movimento, e, em alguns casos, incapacidades significativas que interferem na qualidade de vida do indivíduo.

Entre as condições frequentemente associadas a esse código estão doenças como a fibromialgia, síndrome de dor miofascial, e outras doenças inflamatórias ou degenerativas dos tecidos moles. Embora o CID M79.7 seja um código amplo e não se refira a uma condição específica, as manifestações clínicas geralmente envolvem dor crônica, rigidez muscular e redução da capacidade funcional do paciente, o que pode resultar em dificuldades para realizar tarefas cotidianas e, eventualmente, para o exercício de atividades profissionais.

O que caracteriza a aposentadoria por invalidez?

A aposentadoria por invalidez é um benefício previdenciário concedido aos trabalhadores que, devido a uma doença ou acidente, se tornam incapazes de realizar qualquer atividade laborativa de forma permanente ou por um longo período. Para obter a aposentadoria por invalidez, é necessário atender a certos critérios estabelecidos pela legislação do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A principal condição para a concessão da aposentadoria por invalidez é a incapacidade total e permanente para o trabalho, que deve ser comprovada por meio de laudos médicos e exames. O INSS realiza uma análise minuciosa do caso, incluindo uma perícia médica, para determinar se o trabalhador realmente está incapacitado para exercer sua função profissional.

Além disso, para ter direito a este benefício, o segurado deve ter contribuído para o INSS por um período mínimo (carência) e comprovar que a incapacidade ocorreu durante a sua vinculação ao sistema previdenciário, ou em casos de acidente de trabalho, que pode ter uma exigência de carência diferente.

Como o CID M79.7 pode impactar a aposentadoria por invalidez?

Embora o CID M79.7 seja uma classificação ampla para condições dos tecidos moles, muitas das doenças associadas a esse código podem causar limitações significativas na vida do paciente. Quando as condições derivadas de doenças como fibromialgia ou síndrome de dor miofascial se tornam incapacitantes, os indivíduos podem buscar a aposentadoria por invalidez, especialmente se as dores crônicas e a perda de funcionalidade afetarem sua capacidade de trabalhar.

Do ponto de vista jurídico, a chave para a concessão da aposentadoria por invalidez em casos relacionados ao CID M79.7 é a comprovação de que a condição médica impede o trabalhador de exercer qualquer atividade laborativa de forma contínua e efetiva. Isso exige uma avaliação médica detalhada, incluindo laudos, exames, e eventualmente uma perícia do INSS que determine a gravidade da condição.

Em muitos casos, doenças como a fibromialgia não são facilmente diagnosticadas ou quantificadas, o que pode gerar dificuldades no processo de concessão da aposentadoria. Por essa razão, o apoio de um advogado especializado em direito previdenciário pode ser essencial para garantir o acesso ao benefício, especialmente se a incapacidade for progressiva ou se houver controvérsias sobre a gravidade da condição.

Requisitos para a aposentadoria por invalidez

Para que um trabalhador diagnosticado com uma condição classificada no CID M79.7 tenha direito à aposentadoria por invalidez, ele precisa atender a certos requisitos estabelecidos pela legislação previdenciária. Esses requisitos envolvem tanto questões relacionadas à capacidade de trabalho quanto à contribuição para o INSS.

Primeiramente, é necessário que o trabalhador comprove a incapacidade permanente e total para o exercício de qualquer atividade profissional. Isso é feito por meio de uma perícia médica, que será realizada pelo INSS ou, se necessário, por médicos especialistas que possam atestar a gravidade da condição.

Outro requisito importante é a carência, que se refere ao número mínimo de contribuições ao INSS que o trabalhador deve ter feito para ter direito ao benefício. A carência para a aposentadoria por invalidez é de 12 meses de contribuições, salvo em casos de acidente de trabalho, onde a carência não é exigida. Para condições como as classificadas no CID M79.7, que podem ser de difícil diagnóstico, o processo de comprovação da incapacidade pode ser mais complexo, exigindo uma análise detalhada dos laudos médicos.

A importância da perícia médica no processo de aposentadoria por invalidez

A perícia médica realizada pelo INSS é um dos principais elementos para a concessão da aposentadoria por invalidez. Para o trabalhador com CID M79.7, que pode sofrer de doenças crônicas que são difíceis de diagnosticar ou mensurar, a perícia se torna ainda mais crucial. O médico perito do INSS ou do juiz, caso haja uma ação judicial, deve analisar cuidadosamente os laudos médicos apresentados, a história clínica do paciente e a interferência das condições no desempenho das atividades diárias.

Em alguns casos, a perícia pode ser inconclusiva, o que pode levar a uma negativa do benefício. No entanto, o trabalhador tem o direito de recorrer dessa decisão, tanto administrativamente quanto judicialmente, se não concordar com a avaliação. Em processos judiciais, a decisão final sobre a concessão ou não da aposentadoria por invalidez será tomada com base em uma nova avaliação pericial, podendo incluir especialistas que possam fornecer uma opinião mais aprofundada sobre o impacto das condições dos tecidos moles na vida do trabalhador.

Possibilidades de recurso em caso de negativa

Se o INSS negar a concessão da aposentadoria por invalidez, o trabalhador tem direito de recorrer da decisão. O recurso pode ser interposto diretamente no INSS ou, se o recurso administrativo não for bem-sucedido, o segurado pode ajuizar uma ação judicial para pleitear o benefício.

Em um processo judicial, a avaliação pericial pode ser feita por médicos especializados, e o juiz levará em consideração os argumentos jurídicos apresentados, além dos laudos médicos que comprovem a incapacidade para o trabalho. O juiz pode determinar que o INSS conceda o benefício, caso entenda que a incapacidade é de fato total e permanente.

É importante destacar que, em casos de doenças crônicas e difíceis de diagnosticar, como as relacionadas ao CID M79.7, a jurisprudência tem evoluído no sentido de reconhecer o direito ao benefício, mesmo quando a condição não se encaixa perfeitamente nos critérios rígidos do INSS. Nesse sentido, a atuação de um advogado especializado em direito previdenciário pode ser crucial para garantir o direito do trabalhador.

Conclusão

O CID M79.7, que abrange uma variedade de condições relacionadas aos tecidos moles, pode, em alguns casos, justificar o direito à aposentadoria por invalidez, caso as condições diagnosticadas impeçam o trabalhador de exercer qualquer atividade laboral. No entanto, a obtenção desse benefício não é automática e exige a comprovação da incapacidade total e permanente para o trabalho.

Os trabalhadores diagnosticados com doenças classificadas sob o CID M79.7 devem contar com apoio médico e jurídico para garantir o direito ao benefício, especialmente considerando as dificuldades que algumas dessas condições impõem, como a dor crônica e a perda de funcionalidade. A perícia médica é um ponto chave nesse processo, e, em caso de negativa, existem opções de recursos administrativos e judiciais que podem assegurar o acesso à aposentadoria por invalidez.

Portanto, se você ou alguém que você conhece está enfrentando limitações severas devido a condições relacionadas ao CID M79.7, é essencial buscar orientação jurídica para assegurar os direitos previdenciários e garantir a dignidade do trabalhador que se encontra incapaz de seguir com suas atividades profissionais.