A pensão por morte é um benefício previdenciário destinado aos dependentes de um segurado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que vem a falecer. Esse benefício visa garantir a subsistência dos dependentes que, devido à perda do provedor, enfrentam uma situação de vulnerabilidade social. Entre os dependentes que podem solicitar o benefício, estão o cônjuge, companheiro(a), filhos menores de idade e, em alguns casos, pais e irmãos.

No entanto, para que o benefício seja concedido, é necessário comprovar a dependência econômica em relação ao falecido. Essa dependência é o principal requisito para o recebimento da pensão por morte, e sua comprovação pode gerar dúvidas nos solicitantes, pois a documentação necessária nem sempre é clara ou de fácil acesso.

Neste artigo, vamos explorar como provar a dependência econômica para solicitar a pensão por morte, quais documentos são exigidos, os critérios legais para a concessão do benefício e as melhores práticas para garantir que a solicitação seja bem-sucedida.

O que é dependência econômica para fins de pensão por morte?

A dependência econômica é a relação de necessidade financeira entre o falecido e seus dependentes. Para que o dependente tenha direito à pensão por morte, ele precisa comprovar que, antes do falecimento, dependia financeiramente do segurado para o seu sustento. Ou seja, o dependente precisa mostrar que o falecido contribuía de maneira significativa para a sua manutenção, seja por meio de provisionamento direto de recursos, como salário, ou de maneira indireta, como no caso de moradia e assistência em saúde.

O INSS estabelece critérios específicos para considerar quem é dependente do falecido. Esses critérios variam de acordo com a categoria de dependente, sendo que os filhos menores, cônjuges e companheiros(as) geralmente não enfrentam grandes dificuldades em comprovar a dependência econômica. No entanto, para pais ou irmãos, a dependência econômica deve ser mais detalhadamente comprovada, pois essas relações de dependência são mais excepcionais.

Quem precisa provar a dependência econômica?

Em relação à pensão por morte, a comprovação da dependência econômica é exigida especialmente para dependentes que não são automaticamente considerados dependentes, como o cônjuge ou filhos menores de idade. Dependentes que não estão automaticamente na lista de dependentes legais precisam demonstrar que, de fato, dependiam economicamente do falecido.

Para os pais, por exemplo, que são considerados dependentes apenas quando o filho falecido não deixa filhos ou cônjuge, é necessário apresentar uma documentação detalhada que comprove a dependência econômica. O mesmo se aplica a irmãos, especialmente quando não há um vínculo financeiro tão claro quanto o de cônjuge ou filhos.

Como comprovar a dependência econômica?

A comprovação da dependência econômica pode ser feita por meio de documentos, testemunhos e provas materiais. A seguir, apresentamos as principais formas de comprovar a dependência econômica para a solicitação da pensão por morte.

Declaração de dependência econômica

Uma das formas mais comuns de comprovar a dependência econômica é por meio de uma declaração de dependência econômica. Esse documento deve ser assinado pelo dependente e pelo próprio INSS para formalizar a relação de dependência entre o falecido e o dependente. A declaração pode ser feita através do Meu INSS, mas também pode ser apresentada fisicamente nas agências do INSS.

Essa declaração deve conter informações como a relação entre o dependente e o falecido, a ajuda financeira recebida pelo dependente e o período de dependência. Para que seja eficaz, a declaração precisa ser suportada por documentos complementares, como extratos bancários, comprovantes de transferência de valores ou qualquer outro meio que mostre a dependência financeira entre as partes.

Documentação financeira

Além da declaração de dependência, outros documentos financeiros são essenciais para comprovar que o dependente realmente dependia financeiramente do falecido. Esses documentos podem incluir:

  • Comprovantes de transferência de valores do falecido para o dependente, como depósitos bancários ou extratos de contas conjuntas.

  • Contratos de moradia em que o falecido e o dependente viviam juntos, demonstrando a dependência da casa.

  • Declaração de imposto de renda, se o falecido ou o dependente incluírem o outro como dependente fiscal.

  • Comprovantes de gastos familiares comuns, como cartões de crédito compartilhados ou contas de serviços (como energia elétrica ou água), que demonstrem a responsabilidade compartilhada.

Esses documentos são especialmente úteis para comprovar a dependência econômica indireta ou quando o trabalhador não possui contribuições formais como empregados, como no caso de trabalhadores autônomos.

Provas testemunhais

Quando não há documentos formais suficientes para comprovar a dependência econômica, o dependente pode buscar testemunhos de pessoas que conheciam a relação entre o falecido e o solicitante da pensão. Testemunhas podem ser familiares, amigos próximos, vizinhos ou colegas de trabalho que possam atestar a relação de dependência entre o solicitante e o falecido.

Essas testemunhas devem declarar que o solicitante dependia financeiramente do falecido para a sua sobrevivência. Em muitos casos, as testemunhas podem ser essenciais quando o INSS não possui documentação formal suficiente.

Dependência econômica e o direito dos cônjuges

O cônjuge tem um direito presumido à pensão por morte, ou seja, o INSS não exige comprovação de dependência econômica para os cônjuges que estavam em matrimônio legal ou em união estável com o falecido. A simples existência de casamento ou união estável já é suficiente para garantir o direito ao benefício. Contudo, o cônjuge deve comprovar essa união de forma formal, por meio de certidão de casamento ou declaração de união estável, caso não esteja registrado oficialmente.

Filhos menores e dependência econômica

Filhos menores de 21 anos são dependentes automáticos para fins de pensão por morte, não sendo necessária a comprovação de dependência econômica. Isso vale tanto para filhos biológicos quanto para filhos adotivos. O benefício será pago até que o filho atinja a maioridade ou até a comprovação de deficiência, caso o filho seja deficiente.

Dependência econômica de pais e irmãos

A dependência econômica é mais difícil de ser comprovada para pais e irmãos, pois, por lei, eles não são considerados dependentes automáticos. Para que pais ou irmãos tenham direito à pensão por morte, é necessário demonstrar que dependiam financeiramente do falecido. Para isso, o dependente precisa apresentar documentos financeiros (como os mencionados acima) ou testemunhos que comprovem que o falecido contribuía para o seu sustento.

Impacto da dependência econômica no valor da pensão

O valor da pensão por morte pode ser dividido entre os dependentes. Se houver mais de um dependente, o benefício será rateado entre todos os beneficiários, com exceção de situações especiais onde um dependente pode ter uma porção maior do valor. Filhos menores de idade e cônjuges têm prioridade no rateio da pensão.

Conclusão

A comprovação da dependência econômica é um elemento essencial para garantir o direito à pensão por morte e deve ser feita de forma detalhada, utilizando a documentação adequada e testemunhos. Para cônjuges e filhos menores, o processo é mais simples, já que a dependência é presumida. No entanto, para pais ou irmãos, é essencial apresentar provas claras de que o falecido contribuía financeiramente para o seu sustento. Entender como se preparar para a solicitação da pensão por morte e reunir a documentação necessária aumenta as chances de uma aprovação rápida e sem obstáculos no INSS.