o valor mínimo que o INSS paga de auxílio-doença em 2025 é de R$ 1.518,00, correspondente ao salário mínimo nacional vigente. Esse valor é garantido por lei e funciona como piso, ou seja, ninguém que tenha o benefício concedido pelo INSS poderá receber menos do que isso, mesmo que sua média salarial anterior seja inferior ao salário mínimo. Essa proteção existe para assegurar a dignidade do trabalhador incapacitado temporariamente para o trabalho.
Neste artigo, vamos explicar em detalhes como funciona o cálculo do valor do auxílio-doença, quando ele pode ser maior que o salário mínimo, quais fatores influenciam no valor recebido, quem tem direito, como dar entrada no benefício e as principais dúvidas relacionadas ao tema. Acompanhe tudo passo a passo.
O que é o auxílio-doença
O auxílio-doença, chamado atualmente de benefício por incapacidade temporária, é um benefício previdenciário pago pelo INSS ao segurado que, por motivo de doença ou acidente, fica temporariamente incapaz de exercer suas atividades profissionais. Para ter acesso ao benefício, é necessário atender a alguns requisitos como qualidade de segurado, carência mínima de contribuições e comprovação médica da incapacidade.
Existem dois tipos de auxílio-doença:
Comum (B31): quando a doença ou acidente não tem relação com o trabalho.
Acidentário (B91): quando a incapacidade decorre de acidente de trabalho, doença ocupacional ou acidente de trajeto.
A categoria do benefício impacta não só em direitos como estabilidade no emprego, mas também no prazo para liberação e na forma de análise.
Valor mínimo do auxílio-doença
Nenhum benefício de auxílio-doença pode ser inferior ao salário mínimo vigente no país. Em 2025, esse valor é de R$ 1.518,00. Mesmo que o segurado tenha contribuído com valores abaixo desse patamar, o INSS é obrigado a pagar no mínimo esse valor quando conceder o benefício.
Por exemplo, se uma pessoa contribuía com base em um salário de R$ 1.200,00, ainda assim receberá R$ 1.518,00 como valor mínimo de auxílio-doença.
Como é calculado o valor do auxílio-doença
O cálculo do auxílio-doença segue as seguintes etapas:
Cálculo da média salarial: É feita uma média simples de todos os salários de contribuição desde julho de 1994 ou desde quando o segurado começou a contribuir, considerando 100% desses valores.
Aplicação da alíquota de 91%: Sobre essa média, aplica-se o percentual de 91%, que é o valor base do benefício.
Limite ao valor da média dos 12 últimos salários: O valor final do auxílio-doença não pode ultrapassar a média dos 12 últimos salários de contribuição do segurado antes do afastamento.
Valor mínimo: Mesmo que o valor calculado seja inferior ao salário mínimo, o INSS garante o piso de R$ 1.518,00 em 2025.
Exemplo prático de cálculo
Imagine que um trabalhador contribuiu com os seguintes salários nos últimos 12 meses:
R$ 1.600,00
R$ 1.700,00
R$ 1.650,00
R$ 1.680,00
R$ 1.700,00
R$ 1.720,00
R$ 1.750,00
R$ 1.780,00
R$ 1.800,00
R$ 1.820,00
R$ 1.850,00
R$ 1.900,00
A média salarial desses valores é R$ 1.755,00. Aplicando 91% sobre isso, chega-se a R$ 1.597,05.
Como esse valor é superior ao salário mínimo, o benefício pago será de R$ 1.597,05.
No entanto, se a média fosse, por exemplo, R$ 1.300,00, o resultado seria R$ 1.183,00 após aplicar os 91%. Nesse caso, o INSS pagaria o valor mínimo de R$ 1.518,00.
Quem tem direito ao auxílio-doença
Para ter acesso ao auxílio-doença, o trabalhador precisa preencher os seguintes requisitos:
Estar na condição de segurado do INSS (contribuindo ou dentro do período de graça)
Ter, via de regra, no mínimo 12 contribuições mensais (carência)
Comprovar, por meio de laudos e atestados médicos, a incapacidade temporária para o trabalho
Submeter-se à perícia médica do INSS, presencial ou documental, que confirmará a existência da incapacidade
Em caso de acidente de qualquer natureza ou doenças graves previstas em lei, o requisito de carência pode ser dispensado.
Como dar entrada no auxílio-doença
O benefício pode ser solicitado das seguintes formas:
Pelo site ou aplicativo Meu INSS
Pelo telefone 135
No momento do requerimento, o trabalhador deve anexar ou apresentar os seguintes documentos:
Documento de identidade e CPF
Atestados médicos e laudos com o CID (Classificação Internacional de Doenças)
Comprovante de residência
Carteira de trabalho ou documentos que comprovem vínculo e contribuições
Declaração da empresa informando o último dia trabalhado (se for o caso)
O INSS poderá analisar o pedido apenas pelos documentos médicos (modelo Atestmed) ou agendar uma perícia presencial, a depender do caso.
Prazo para pagamento do benefício
O INSS tem, por regra, até 45 dias para analisar e conceder o benefício após o agendamento da perícia. Se concedido, o pagamento é retroativo ao 16º dia de afastamento no caso de empregados com carteira assinada, ou à data do requerimento para contribuintes individuais e MEIs.
O pagamento ocorre na conta informada pelo segurado ou por cartão de benefício emitido pelo banco parceiro do INSS.
Situações em que o valor pode ser maior que o mínimo
Se o trabalhador tiver um histórico de contribuições superiores ao salário mínimo, seu benefício também será maior. O valor pode chegar ao teto previdenciário (que é reajustado anualmente), desde que a média salarial calculada atinja esse patamar.
Em regra, pessoas que recebem salários maiores e contribuem proporcionalmente ao INSS terão benefícios mais altos, respeitado o limite legal do teto.
Auxílio-doença por acidente de trabalho
Nos casos em que a incapacidade decorre de acidente de trabalho, o auxílio-doença concedido será do tipo acidentário. Esse benefício mantém as mesmas regras de cálculo, mas garante ao trabalhador estabilidade de 12 meses após o retorno ao trabalho e não exige carência mínima de 12 contribuições.
O valor do auxílio-doença acidentário também não pode ser inferior ao salário mínimo e segue os mesmos critérios de cálculo.
O valor do benefício sofre desconto?
Sim. O valor do auxílio-doença pode ter desconto de contribuição previdenciária (dependendo da situação do segurado), além de não garantir o pagamento do FGTS, exceto nos casos de auxílio-doença acidentário, em que o empregador deve continuar recolhendo o FGTS durante o afastamento.
O auxílio-doença é isento de imposto de renda.
Como consultar o valor do benefício
Depois de concedido, o valor do benefício pode ser consultado no extrato de pagamento do Meu INSS, que também mostra a data prevista para depósito e o número do banco onde o pagamento será feito.
O extrato pode ser acessado via aplicativo ou no portal online do INSS.
Perguntas e respostas
Qual o valor mínimo do auxílio-doença em 2025?
R$ 1.518,00, equivalente ao salário mínimo vigente.
O valor pode ser maior?
Sim, o valor pode ultrapassar o salário mínimo se a média dos salários de contribuição for mais alta.
Se eu contribuí como MEI, posso receber auxílio-doença?
Sim, desde que tenha cumprido a carência e esteja com as contribuições em dia.
Tenho direito ao benefício se a doença não for relacionada ao trabalho?
Sim. O auxílio-doença comum pode ser concedido independentemente da relação da doença com a atividade profissional.
E se eu não tiver contribuído o suficiente?
Se você não cumprir os requisitos de carência e qualidade de segurado, o benefício poderá ser negado.
O auxílio-doença pode ser prorrogado?
Sim. O segurado pode solicitar a prorrogação do benefício se continuar incapacitado ao fim do período concedido.
O valor do benefício aumenta com o tempo?
Não. O valor do auxílio-doença permanece fixo durante o período em que é recebido. Ele só é ajustado se houver reajuste no salário mínimo ou no teto do INSS.
Conclusão
O valor mínimo que o INSS paga de auxílio-doença é equivalente ao salário mínimo vigente, que em 2025 está fixado em R$ 1.518,00. Esse valor funciona como uma proteção legal ao segurado que, por estar incapacitado para o trabalho, necessita de apoio financeiro. Ainda que o cálculo do benefício leve em conta a média das contribuições, nenhum segurado recebe menos do que esse piso nacional.
Além disso, o valor do auxílio-doença pode ser maior para quem contribuiu com valores superiores ao salário mínimo. Por isso, manter contribuições regulares e com base correta é essencial para assegurar um benefício compatível com o padrão de vida do segurado. A consulta e o acompanhamento do processo podem ser feitos pelo portal ou app Meu INSS.
Conhecer essas regras ajuda o trabalhador a planejar melhor sua vida profissional, compreender seus direitos e agir com mais segurança no momento em que a saúde o impede de exercer sua atividade normalmente. O auxílio-doença é um direito, e a informação é o primeiro passo para garanti-lo.