Após a realização da perícia médica, o INSS geralmente tem até 45 dias para efetuar o pagamento do auxílio-doença, desde que o benefício seja concedido. Esse prazo, contudo, pode variar de acordo com a situação de cada segurado e com fatores como pendências documentais, erros cadastrais e o volume de solicitações. Em alguns casos, o pagamento pode ocorrer em menos tempo, especialmente se todos os documentos estiverem corretos e não houver necessidade de ajustes no sistema.

Neste artigo, você entenderá em detalhes todas as etapas que ocorrem entre a realização da perícia e o pagamento do benefício, os fatores que influenciam esse prazo, o que fazer se o pagamento não for realizado dentro do prazo previsto e quais são os seus direitos enquanto aguarda.

Etapas entre a perícia e o pagamento do auxílio-doença

Para entender o tempo que o INSS leva para pagar o auxílio-doença após a perícia, é importante conhecer o fluxo de análise do benefício:

1. Requerimento do auxílio

O primeiro passo é o segurado dar entrada no pedido do benefício, seja pela internet (site ou app Meu INSS) ou por telefone. É necessário enviar atestados e laudos médicos que comprovem a incapacidade para o trabalho.

2. Agendamento e realização da perícia médica

Depois do requerimento, o INSS agenda uma perícia médica presencial ou pode avaliar o pedido com base apenas em atestados (análise documental), dependendo do caso. A perícia serve para confirmar a existência e a duração da incapacidade temporária para o trabalho.

3. Análise do resultado da perícia

O perito envia seu parecer ao sistema do INSS. Com base nesse laudo, o sistema processa a concessão ou a negativa do benefício. Se for aprovado, o pagamento do auxílio-doença é programado.

4. Liberação do pagamento

Após a concessão, o INSS tem um prazo que pode se estender até 45 dias para liberar o pagamento. A data de pagamento depende da conclusão da análise técnica e administrativa do processo.

Quando o pagamento é liberado

A data do primeiro pagamento depende:

  • Da data da perícia médica

  • Da data de concessão do benefício

  • Da data de início do afastamento validada pela perícia

  • Da existência ou não de pendências no cadastro

Se tudo estiver regularizado, o valor é depositado na conta bancária informada pelo segurado, ou é liberado para saque com cartão fornecido pelo INSS em parceria com a rede bancária.

Na prática, muitas pessoas recebem entre 10 e 30 dias após a perícia, especialmente quando o benefício é concedido logo em seguida.

Pagamento retroativo do auxílio-doença

O INSS realiza o pagamento do auxílio-doença de forma retroativa nos seguintes casos:

  • Para empregados com carteira assinada, o INSS paga a partir do 16º dia de afastamento (os 15 primeiros são pagos pela empresa)

  • Para autônomos, contribuintes individuais ou MEIs, o pagamento é retroativo à data do requerimento ou da perícia, o que for mais benéfico

Portanto, mesmo que o pagamento ocorra dias ou semanas após a perícia, o valor recebido irá cobrir o período de incapacidade reconhecido pelo perito.

Fatores que influenciam o prazo do pagamento

Nem sempre o pagamento acontece rapidamente. Há fatores que podem aumentar o tempo de espera:

Acúmulo de demandas

Em períodos com muitas solicitações, como em epidemias ou após mudanças na legislação, a fila de análise aumenta e o INSS pode demorar mais para processar os pagamentos.

Pendências cadastrais

Dados incorretos, como erros no nome, CPF, dados bancários, vínculo de emprego ou histórico de contribuição, podem travar a liberação do pagamento mesmo após a perícia ter sido feita.

Inconsistência na documentação médica

Se a documentação estiver incompleta ou com informações que gerem dúvida, o processo pode ficar suspenso, exigindo novas informações ou até mesmo uma nova perícia.

Análise de prorrogação

Quando o segurado pede a prorrogação do benefício (por ainda estar doente ao fim do prazo concedido), pode ser necessário aguardar uma nova perícia ou nova análise, o que também afeta o calendário de pagamento.

Como consultar se o benefício foi liberado

O segurado pode acompanhar a situação do benefício pelos seguintes meios:

  • Acessando o Meu INSS, na opção “Consultar pedidos”

  • Ligando para o número 135

  • Através do aplicativo oficial, acessando a aba de “Benefícios”

O sistema mostra se o benefício foi aprovado, qual o número do benefício, o valor a ser pago e a data prevista para pagamento.

O que fazer se o INSS não pagar no prazo

Se passaram mais de 45 dias desde a perícia e o pagamento ainda não foi feito, o segurado pode:

  1. Verificar pendências no Meu INSS: erros nos dados bancários ou documentos podem estar impedindo a liberação.

  2. Ligar para o 135: o atendente pode verificar se há problemas e informar sobre eventuais exigências do sistema.

  3. Agendar atendimento presencial: em casos mais complexos, pode ser necessário comparecer a uma agência para resolver a pendência.

  4. Registrar reclamação na ouvidoria: se houver demora injustificada, o segurado pode registrar queixa junto à ouvidoria do INSS.

  5. Procurar auxílio jurídico: se o atraso persistir, um advogado especializado pode solicitar o pagamento judicialmente, inclusive com correção monetária e, em alguns casos, indenização por danos morais.

Perguntas e respostas

O INSS paga o auxílio-doença logo após a perícia?
Não necessariamente. O INSS tem até 45 dias para analisar o resultado da perícia e liberar o pagamento.

Quanto tempo leva, em média, o pagamento após a perícia?
Se o benefício for aprovado rapidamente, o pagamento costuma ocorrer entre 10 e 30 dias após a perícia, mas pode chegar a 45 dias em casos mais demorados.

O pagamento vem com retroativo?
Sim. O INSS paga os valores devidos a partir da data reconhecida na perícia, mesmo que o pagamento ocorra semanas depois.

Posso trabalhar enquanto aguardo o auxílio-doença?
Não. O auxílio-doença é incompatível com o exercício de atividade remunerada. Trabalhar pode causar o cancelamento do benefício.

Como saber se o benefício foi aprovado?
Pelo aplicativo ou site Meu INSS, em “Consultar Pedidos” ou “Extrato de Pagamento”.

E se o benefício for negado?
Você pode recorrer administrativamente dentro do prazo de 30 dias ou entrar com ação judicial.

O INSS me chama de novo após o pagamento?
Sim, em casos de concessão por prazo determinado, o INSS pode convocar para nova perícia antes do término do benefício ou se houver indício de recuperação.

Se a perícia indicar incapacidade parcial, o INSS paga normalmente?
Sim. O auxílio-doença é devido sempre que houver incapacidade parcial ou total temporária para a atividade habitual.

Conclusão

O pagamento do auxílio-doença após a perícia médica não é imediato. Em geral, o INSS tem até 45 dias para analisar e liberar o pagamento, embora em muitos casos esse prazo seja menor. O segurado deve ficar atento ao andamento do processo, garantir que não haja pendências no cadastro ou na documentação médica, e acompanhar o sistema do Meu INSS.

Se o pagamento atrasar injustificadamente, é possível buscar atendimento presencial, registrar reclamações formais ou até mesmo entrar com ação judicial. O mais importante é acompanhar todo o processo com atenção, pois o auxílio-doença é um direito essencial para quem se encontra incapacitado de forma temporária para o trabalho.

Organize seus documentos, anote as datas e fique atento às notificações. Conhecer seus direitos e os prazos legais é o primeiro passo para garantir que você receba o que é seu por direito, no tempo certo.