A pensão por morte é um benefício previdenciário concedido aos dependentes do servidor público que faleceram enquanto estavam ativos ou já aposentados. Esse benefício tem como principal objetivo garantir o suporte financeiro dos dependentes, substituindo a renda que o servidor público proporcionava à sua família. Embora a pensão por morte seja um benefício bastante comum no Brasil, as regras que regem esse benefício para os servidores públicos possuem diferenças em relação àqueles que atuam no setor privado.

A legislação brasileira estabelece regras específicas para a pensão por morte de servidor público, que variam conforme o regime jurídico adotado pelo servidor (público ou privado) e a instituição onde ele exerce suas funções. As diferenças e peculiaridades relacionadas ao processo de concessão, documentação exigida e cálculo do valor da pensão são importantes para que os dependentes do servidor público saibam como acessar o benefício e quais são as exigências legais.

Neste artigo, vamos explorar as principais diferenças e regras específicas sobre a pensão por morte de servidor público, detalhando como funciona a concessão, quais são os direitos dos dependentes e como solicitar a pensão. Também discutiremos as diferenças entre o regime previdenciário do servidor público e o regime geral de previdência social (INSS).

O que é a pensão por morte de servidor público?

A pensão por morte de servidor público é um benefício pago aos dependentes de um servidor falecido, que estava vinculado ao regime de previdência do servidor público, que pode ser o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) ou, em alguns casos, o Regime Geral de Previdência Social (RGPS). A principal diferença entre esses regimes é que o RPPS é específico para os servidores públicos, enquanto o RGPS é destinado aos trabalhadores do setor privado.

O benefício tem a finalidade de garantir que cônjuges, filhos e outros dependentes do servidor falecido continuem a ter condições de subsistência após a sua morte. O valor da pensão é geralmente uma porcentagem do salário que o servidor recebia enquanto estava ativo ou aposentado, e essa porcentagem varia de acordo com o tempo de serviço e o tipo de dependente.

Diferenças entre a pensão por morte de servidor público e a pensão por morte do regime geral de previdência social (INSS)

Uma das principais diferenças entre a pensão por morte do servidor público e a pensão por morte no regime geral de previdência social (INSS) está na origem do benefício e nos requisitos de concessão. A seguir, vamos detalhar as principais diferenças entre esses dois tipos de benefício.

Regime de previdência aplicável

No caso do servidor público, a pensão por morte é paga com base no Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), que é gerido pelo governo federal, estadual ou municipal, conforme a esfera em que o servidor trabalha. Já o INSS abrange os trabalhadores do setor privado, e os benefícios são pagos com base no Regime Geral de Previdência Social (RGPS).

Uma das diferenças significativas é que, no RPPS, a pensão é paga com base no salário integral do servidor, enquanto no INSS, a pensão por morte é calculada com base na média das contribuições do trabalhador.

Pensionistas e dependentes

Outra grande diferença está nos dependentes que têm direito à pensão. No regime do servidor público, os dependentes podem incluir cônjuge, companheiro(a), filhos menores de 21 anos ou filhos inválidos, além de pais e irmãos em algumas situações específicas, desde que comprovem dependência econômica do falecido. O INSS, por sua vez, possui um rol de dependentes que inclui filhos menores de 21 anos e dependentes que comprovem invalidez.

Cálculo do valor da pensão

O valor da pensão por morte no RPPS varia conforme o salário do servidor e o tempo de serviço do falecido. No INSS, o valor da pensão é calculado com base na média das contribuições do trabalhador, e o benefício pode ser reduzido dependendo do tempo de contribuição. No regime dos servidores públicos, a pensão por morte tende a ser mais vantajosa, já que é calculada com base no salário integral.

Requisitos para solicitar a pensão por morte de servidor público

Os dependentes de um servidor público falecido devem atender a alguns requisitos para ter direito à pensão por morte. Os principais requisitos incluem:

Comprovação do vínculo com o servidor falecido

A primeira etapa para solicitar a pensão por morte de servidor público é a comprovação do vínculo do falecido com o Regime de Previdência do Servidor Público (RPPS). Isso pode ser feito por meio de documentos como folha de pagamento, contrato de trabalho ou histórico de aposentadoria. O INSS pode também pedir documentos adicionais para confirmar o vínculo do falecido com o governo ou órgão público em que trabalhou.

Comprovação da dependência

Os dependentes do servidor falecido, como cônjuge, filhos ou pais, precisam apresentar documentos que comprovem a relação de dependência econômica. Para isso, devem ser apresentados documentos como:

  • Certidão de casamento ou união estável (para cônjuges ou companheiros).

  • Certidão de nascimento ou declaração de dependência (para filhos).

  • Declaração de dependência econômica (para pais ou irmãos).

Documentos do falecido

Além dos documentos dos dependentes, também será necessário apresentar documentos do próprio falecido, como a certidão de óbito, documentos que comprovem o tempo de serviço no serviço público (como holerites, contratos de trabalho e registros de aposentadoria) e os comprovantes de contribuição ao RPPS, se necessário.

Valor da pensão por morte de servidor público

O valor da pensão por morte de servidor público é calculado com base no salário integral do servidor, o que tende a gerar um benefício maior do que a pensão por morte concedida aos trabalhadores do setor privado, que é calculada com base nas médias de contribuição ao INSS.

Se o servidor estava aposentado no momento do falecimento, a pensão será calculada com base no valor da aposentadoria que ele recebia. O valor da pensão por morte do servidor público geralmente será dividido entre os dependentes, conforme o grau de dependência, mas pode haver modificações dependendo do regime previdenciário adotado.

Solicitação da pensão por morte de servidor público

O processo de solicitação da pensão por morte de servidor público deve ser realizado pelo dependente diretamente ao órgão responsável pela administração do RPPS do servidor falecido. A solicitação pode ser feita de forma presencial, online ou até por meio de advogado especializado, dependendo das orientações do INSS ou da administração pública local.

A documentação completa deve ser apresentada e analisada para garantir que o benefício seja concedido de acordo com a legislação vigente.

O que fazer em caso de negativa do benefício

Se a solicitação de pensão por morte de servidor público for negada, os dependentes têm o direito de recorrer administrativamente ou até entrar com uma ação judicial para garantir o direito ao benefício. A negativa pode ocorrer por questões como documentação incompleta, dúvidas sobre a dependência ou problemas com o vínculo do falecido com o RPPS.

Caso o recurso administrativo não seja aceito, é possível recorrer ao Judiciário, buscando a ajuda de um advogado especializado em direitos previdenciários para assegurar que os direitos dos dependentes sejam respeitados.

Conclusão

A pensão por morte de servidor público é um benefício importante que visa garantir o suporte financeiro aos dependentes do servidor falecido. A solicitação desse benefício requer a apresentação de documentação adequada, incluindo certidão de óbito, documentos de dependência e comprovação do vínculo com o RPPS. Embora existam diferenças entre a pensão por morte no setor público e a pensão por morte no setor privado, o processo de solicitação segue um conjunto de requisitos estabelecidos por legislação específica.

É essencial que os dependentes compreendam as regras e requisitos para solicitar o benefício e se atentem à organização da documentação para evitar negativas. Se houver dúvidas ou recusas, é recomendável procurar assistência jurídica especializada para garantir que o benefício seja concedido de forma justa e eficiente.